domingo, 10 de junho de 2012

Parabola - Esopo

A melhor e a pior coisa do mundo
Há mais de dois mil e quinhentos anos, um rico mercador grego tinha um escravo chamado Esopo. Ele era concurda, feio, mas com uma sabedoria única no mundo. Certa vez, para provar as qualidades de seu escravo, o mercador ordenou:
            - Toma Esopo. Aqui está esta sacola de moedas. Corre ao mercado. Compra lá o que houver de melhor para um banquete. A melhor comida do mundo!
            - Pouco tempo depois, Esopo voltou do mercado e colocou sobre a mesa um prato coberto por fino pano de linho. O mercador levantou o paninho e ficou surpreso:
            - Ah, língua? Nada como a boa língua que os pastores gregos sabem tão bem preparar. Mas por que escolheste exatamente a língua como a melhor comida do mundo?
            O escravo, de olhos baixos, explicou sua escolha:
            - O que há de melhor do que a língua, senhor? A língua é que une a todos, quando falamos. Sem a língua não poderíamos nos entender. A língua é a chave das ciências, o órgão da verdade e da razão. Graças à língua é que se constroem as cidades, graças à língua podemos dizer o nosso amor. A língua é o órgão do carinho, da ternura, do amor, da compreensão. É a língua que torna eternos os versos dos grandes poetas, as ideias dos grandes escritores. Com a língua se ensina, se persuade, se instrui, se reza, se explica, se canta, se descreve, se elogia, se demonstra, se afirma. Com a língua dizemos “mãe”, “querida” e “Deus”. Com a língua, dizemos “sim”. Com a língua dizemos  “eu te amo”! O que pode haver de melhor do que a língua, senhor?
            O mercador levantou-se entusiasmado:
            - Muito bem, Esopo! Realmente tu me trouxeste o que há de melhor. Toma agora esta outra sacola de moedas. Vai de novo ao mercado e traze o que houver de pior, pois quero ver a tua sabedoria.
             Mais uma vez, depois de algum tempo, o escravo Esopo voltou do mercado trazendo um prato coberto por um pano. O mercador recebeu-o com um sorriso:
            - Hum... já sei o que há de melhor. Vejamos agora o que há de pior...
             O mercador descobriu o prato e ficou indignado:
            - O quê?! Língua? Língua outra vez? Língua? Não disseste que a língua era o que havia de melhor? Queres ser açoitado?
             Esopo encarou o mercador e respondeu:
            - A língua, senhor, é o que há de pior no mundo. É a fonte de todas as intrigas, o início de todos os processos, a mãe de todas as discussões. É a língua que separa a humanidade, que divide os povos. É a língua que usam os maus políticos quando querem enganar com suas falsas promessas. É a língua que usam os vigaristas quando querem trapacear. A língua é o órgão da mentida, da discórdia, dos desentendimentos, das guerras, da exploração. É a língua que mente, que esconde, que engana, que explora, que blasfema, que vende, que seduz, que corrompe. Com a língua, dizemos “morre” e “demônio”.Com a língua dizemos “não”. Com a língua dizemos “eu te odeio”! Aí está, senhor, porque a língua é a pior e a melhor de todas as coisas!





Analise interpretativa da parábola "A melhor e a pior coisa do mundo"

 A língua descrita como diz a parábola é a melhor e a pior coisa do mundo, com ela temos a capacidade de comunicação para nos relacionarmos com outras pessoas, mas é preciso ter cautela e sabedoria para pensar sobre o que iremos falar, pois podemos dizer muitas coisas boas e agradáveis para sociedade ouvir, mas também podermos dizer coisas ruins causando tristezas e até mesmo discussões. Antes de falar algo é necessário refletir e medir as palavras a serem usadas.
Para falar é preciso planejar e formular, primeiramente precisamos buscar palavras necessárias, depois estruturá-las com algumas regras. Usamos de dois processos que andam juntos, a compreensão oral e a produção oral.
A língua e uma forma de expressão dos humanos, é um meio de comunicação, troca de informações. Através da língua podemos expor acontecimentos do dia-a-dia, situações vivenciadas, por isso falar é diferente de ouvir, pois através da fala podemos construir a realidade.
Com relação à parábola podemos concluir que antes de pronunciarmos palavras para dizer algo é necessário pensar para buscar palavras certas a serem usadas no momento da fala, pois através da língua dizemos coisas tanto para o bem e para o mal.


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